O projeto atende 30 adolescentes e jovens, de 15 a 18 anos, em situação de vulnerabilidade, que sofrem violência simbólica,
residentes do Jardim Santa Lúcia e bairros do entorno.
Crianças, adolescentes e jovens por vezes se relacionam através de linguagem agressiva, insultos e ofensas, desrespeito às diferenças, discriminação por raça, gênero, gerando dor e sofrimento. Esta forma de se relacionar, pautada na estruturação social e cultural brasileira faz com que a construção identitária seja corroborada por aspectos e relações baseadas nas opressões e na manutenção de ações e comportamentos violentos, em partes justificados pela naturalização.
Constatadas tais situações relacionais e com respaldo bibliográfico, acredita-se que por meio de reflexões com adolescentes e jovens é possível iniciar o processo de desnaturalização do fenômeno, fato este que auxiliará em um desenvolvimento individual e coletivo mais saudável para os participantes do projeto, objetivando que o impacto dessas ações tenha ressonância no território de atuação do Centro Comunitário do Jardim Santa Lúcia.
Acredita-se que o grupo do projeto deva ser formado por adolescentes, pois alguns autores destacam que tal processo é o mais complexo dentro
das mudanças e transformações humanas, devido ao fato de ser necessário “abandonar a infância, quando tudo se admite, e passar a viver a idade adulta, em que as restrições sociais são mais marcadas” (Shecaira, s/d apud, Tretin 2013), destacando também que o adolescer é “a porta de entrada do pacto social”. Através destas ideias, aponta-se ainda que é uma fase marcada por experimentações, pois é período que a formação identitária do indivíduo está em seu auge.
Destaca-se também o potencial transformador dos adolescentes quando apropriados de reflexões e conhecimento, sendo assim, o trabalho com grupos de adolescente auxilia no desenvolvimento deste processo de formação e potencializa as habilidades de multiplicação das ideias gerando uma possível transformação no território de atuação.